Minutos de Paz !

sexta-feira, abril 26, 2024

Temas - Casimiro Cunha

 


Temas

Casimiro Cunha

 

Se desejas algum dia


A luz divina alcançar,


Atende ao bem, sem repouso,


Sem nunca desanimar.

*

Evita a maledicência


Que medonhos crimes tece,


Onde muita gente cospe


A lama cedo aparece.

*

Sofre com calma. O relógio,


Conforme a Sabedoria,


Caminha da Meia-Noite


No rumo do Meio-Dia.

*

A glória na Terra, às vezes,


É um monstro que vive só,


De garras em sangue e cinza,


Mascando veneno e pó.

*

Nunca deites ferro em brasa


Nas chagas de teu irmão.


Ninguém morre sem feridas


Nos sonhos do coração.

*

Quem reparte com fartura


Auxílio, paz e alegria,


Encontra para si mesmo


A graça da simpatia.

*

Faze o bem, cerrando os olhos...


Ajuda sem ver a quem.


Se enxergas o mal do mundo,


O mundo não vê teu bem.

*

Não te lamentes na luta.


Trabalha contra a preguiça.


A queixa de todo instante


É plantação de injustiça.

*

A razão sem a coragem


É pobre luz sem alento.


A coragem sem razão


É simples atrevimento.

*

Entre as forças corretivas


Que educam a Humanidade,


Há duas mestras maiores 


– A Dor e a Necessidade.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.40, p.70.

 

quarta-feira, abril 24, 2024

Sentenças de Todos - Casimiro Cunha

 


 

Sentenças de Todos 

Casimiro Cunha

 

Quem não sabe refletir,


Nem sofrer, nem tolerar,


Jamais chega a discernir,


Nem sabe administrar.

*

Ouvimos de muita gente,


De fraco e de forte siso,


Muita gueixa da memória,


Mas nenhuma do juízo.

*

Quem pretende algo de bom,


Pelas estradas da vida,


Examine, de hora em hora,


O peso, o tempo e a medida.

*

Os médicos deste mundo


Remediam cutiladas,


Mas não curam as feridas


De frases precipitadas.

*

Mal de ti nas alegrias,


Se te ris em catadupa!...


O prazer anda a cavalo


E leva a dor à garupa.

*

Foge à língua viperina!...


Para o extermínio sem dó,


Contra o esforço de milhões,


Basta a maldade de um só.

*

Quem se abstém, por vergonha,


De suar em seu dever,


Abstenha-se, igualmente,


De vestir e de comer.

*

Há muita gente que estima


O culto à legislação,


Para ver o melhor meio


De fugir à obrigação.

*

Vai devagar, mundo afora,


Foge ao vício de ir e vir.


Mais vale ser alpercata


Que ser coroa a cair.

*

Quem sabe viver na Terra


Na bênção do pouco em paz.


Muito serve em cada dia,


Muito ganha e muito faz.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.39, p.68-69.

 

A Faxina - Casimiro Cunha

 


 

A Faxina

Casimiro Cunha

 

De manhã, em toda casa, ar puro, janela aberta, a higiene determina o movimento de alerta.


É o asseio proveitoso que começa com presteza, expulsando o pó de ontem nos serviços da limpeza.


A vassoura range, range, no polimento ao soalho, sem desprezar coisa alguma na expressão do seu trabalho.


Vêm escovas cuidadosas ao lado de espanadores e renova-se a paisagem dos quadros interiores.


A água cariciosa que se mistura ao sabão, carreia o lixo, a excrescência, enche baldes, lava o chão.


Os livros desafogados mostram ordem nas fileiras, convidando ao pensamento do cinco das prateleiras.


Os móveis descansam calmos, de novo brilho o verniz.


Toda a casa fica leve, mais confortada e feliz.


A limpeza efetuada é novo impulso à energia, multiplicando as estradas de esforço e sabedoria.


A faxina, qual se chama, na linguagem da caserna, tem seu símbolo profundo nos campos de vida eterna.


Muita gente sofre e chora, na dor e na inquietação, por nunca fazer faxina nas salas do coração.

  

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 22, p.21.

 

 

terça-feira, abril 23, 2024

Centelhas - Casimiro Cunha

 



Centelhas 

Casimiro Cunha

 

Se buscas nobre caminho


Que ao Senhor não desagrade,


Recorda que a paz reclama


Serviço e fraternidade.


*


Quem deseja ser feliz


Acende a luz da esperança


Ocupa lugar pequeno


E tenta pouca mudança.


*


Estende a bondade a todos.


O bem é a glória da vida.


O enfermeiro sem cuidado


Alarga qualquer ferida.


*


Quem luta para viver


Vai mais longe, calmo e forte. . .


Quem vive para lutar


Mais cedo recebe a morte.


*


Cultiva nos teus lazeres


Pensamento nobre e ativo.


Todo ócio sem estudo


É sepulcro do homem vivo.


*


Trabalha, atendendo alegre


Aos planos de maior vulto.


Recorda que a paciência


É sempre um tesouro oculto.


*


Não aplaudas, nem procures


O coração desatento


Que gasta dinheiro e sangue,


Comprando arrependimento.


*


Se pretendes, cada dia,


Servir, prover e acertar,


Medita devagarinho


E apressa-te a executar.


*


No ciúme envenenado,


Escuro e destruidor,


Há sempre muito amor próprio


E pouca expressão de Amor.


*


Respira ao Sol do Evangelho,


Sereno, ditoso e crente.


Sem Jesus, o homem não passa


De animal inteligente.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 6,p.13.

 

 

segunda-feira, abril 22, 2024

Sementes do Caminho - Casimiro Cunha

 

 


Sementes do Caminho 

Casimiro Cunha

 

Tem cuidado, estrada afora,


Sofrendo, sorrindo, amando...


Enquanto a galinha dorme,


A raposa está velando.


*


Entre as maldades da Terra,


Não te percas, meu amigo ;


Se fores ver algum lobo,


Conduze algum cão contigo.


*


Vigia sobre ti mesmo


Se queres a própria cura,


Que os erros da Medicina


Não saem da sepultura.


*


Não te afastes do equilíbrio:


Sobriedade nunca é pouca.


Quando é fácil a receita,


A despesa é sempre louca.


*


Em teus hábitos no mundo,


Não permaneças dormindo.


A loucura inventa as modas


E a tolice vai seguindo.


*


Se um dia fores bigorna,


Seja a calma o teu segredo;


Mas quando fores martelo,


Rebate forte e sem medo.


*


Teme apenas a ti mesmo


Na esfera de teu dever.


Quem se amedronta consigo


Nada mais tem a temer.


*


Fala pouco e pensa muito.


Não gastes verbo ilusório.


De palavras em palavras,


Caímos no purgatório.


*


Procura a simplicidade,


Não gastes a própria sorte;


Por enquanto, não chegaste


À grave questão da morte.


*


Buscas a paz do infinito


E a claridade sem véu?


Trabalha e auxilia o mundo,


Guardando a visão do céu.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.38, p.66-67.

 

 

domingo, abril 21, 2024

Apartes - Casimiro Cunha

 




Apartes 

Casimiro Cunha

 

Não olvides que o silêncio


Vitória e virtude encerra.


Vencer sobre a própria língua


É mais que vencer a guerra.


*


Aprende a buscar proveito


Nas sombras de tua dor.


Muita vez, do esterco imundo


A planta retira a flor.


*


Mal vais se a louca ambição


É o gênio com que te isolas.


Quem muito estima a demanda


Acaba pedindo esmolas.


*


Esforça-te a prol do bem


E terás horas tranquilas.


O Senhor espalha as nozes


Mas o homem deve abri-las.


*


Nossa vida deve ser


Fonte cantando à bondade.


Água estanque e sem proveito


É cofre de enfermidade.


*


Trabalha constantemente


Se procuras luz e paz.


O tédio é a chaga invisível


Daquele que nada faz.


*


Voa o tempo como o vento,


Dia a dia, hora por hora.


Se queres felicidade,


Faze o bem, aqui e agora.


 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap. 4,p.9.

 

sábado, abril 20, 2024

O Cipó - Casimiro Cunha

 

 


 O Cipó 

Casimiro Cunha


Sobre a árvore frondosa que mostra calma infinita, abraçada ao tronco forte lá se vai o parasita.


Não atinge o cerne, a seiva, mas buscando a copa, as flores, enrodilha-se, teimoso, nas cascas exteriores.


Agarrado tenazmente, vai subindo vagaroso, alcançando o cume verde do arbusto generoso.


Aboletados nos cimos do castelo de verdura, o cipó audacioso aparenta grande altura.


Deita flores opulentas de expressão parasitária, avassalando a nobreza da árvore centenária.


Recebe os beijos do sol, embala-se na ternura da carícia perfumosa, da brisa mais alta e pura.


Mas, vem o dia em que o Pai, na lei de renovação, chama o tronco nobre e velho as bênçãos da mutação.


É aí que o cipó vaidoso demonstra o que não parece, voltando ao pó do chão duro, para as zonas que merece.


Quanta gente brilha ao alto, e, no fundo, inspira dó?


Há milhões de criaturas vivendo como o cipó.


Jamais olvides a lei de trabalho e obrigação, não queira mostrar-te ao alto à custa do teu irmão.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 64, p.65.

 

 

sexta-feira, abril 19, 2024

Estrada do Bem - Casimiro Cunha



Estrada do Bem


Casimiro Cunha


No caminho terrestre

Espírito reencarnando

No corpo que te contém,

Ante as provas necessárias,

Espera fazendo o bem.

*

Se aguardas tranquilidade,

Na luta que te advém,

Em qualquer lance da estrada,

Espera fazendo o bem.

*

Exerces muitos encargos,

Sem apoio de ninguém…

Não te queixes nem reclames,

Espera fazendo o bem.

*

Sobre a tarefa em que vives,

Muita pedra sobrevém,

Sê fiel à obrigação,

Espera fazendo o bem.

*


Calúnia veio ferir-te

Sem que se saiba de quem,

Não somes forças das trevas,

Espera fazendo o bem.

*
Padeces desilusão,

Sarcasmo, insulto, desdém…

Não permutes mal com mal,

Espera fazendo o bem.

*

Lamenta pesares, golpes,

Choras o escárnio de alguém,

Tristeza não edifica,

Espera fazendo o bem.

*

Alguém te falou com mágoa

Do lodo que o mundo tem,

Contempla o céu, fita o sol…

Espera fazendo o bem.

*


Se queres felicidade

Na terra e no mais além,

Não te afastes do serviço,

Espera fazendo o bem.

*


DEUS é Pai justo e Perfeito,

Dá tudo, nada retém,

Se anseias vida mais alta,

Espera fazendo o bem.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Mensagem recebida pelo médium Francisco Candido Xavier em reunião pública do lar Espírita de Lázaro, na noite de 28.11.67, em Uberaba – Minas Gerais.